domingo, 16 de junho de 2013

MITOLOGIA GRECO-ROMANA

"Quero primeiramente deixar bem claro que os 'deuses' aqui descritos são invenções, mitos, fábulas, lendas, criados pelo homem, que desde a antiguidade cultua, venera as mais variadas formas de objetos, lendas, pessoas, dando a eles poderes que não possuem e nunca possuíram. Acredito somente no único DEUS CRIADOR, EM JESUS CRISTO, SEU FILHO PRIMOGÊNITO E NO ESPÍRITO SANTO DE DEUS. Sirvo o mesmo DEUS  de Abrãao, Isaac, Jacó, Moisés, Davi, Isaías e sirvo também a JESUS CRISTO Ressurreto, seu Filho!"

Mitologia greco-romana é o conjunto de mitos e lendas das tradições gregas e romanas da antiguidade que fundiram-se com a conquista da Grécia pela República Romana (ver também mitologia grega e mitologia romana).
Os gregos e os romanos construiram diversos templos para seus deuses, locais em que faziam orações e rituais, entre que se incluíam sacrifícios de animais. Os deuses gregos eram semelhantes aos deuses romanos. O que muda são apenas os nomes. Na religião grega, os nomes são em grego. Na religião romana, os nomes são em latim.
Muitos poetas da época afirmavam que a crença mitológica e politeísta baseava-se no centro de poder da época, tendo deuses e costumes de se adaptar a sua localização: mesmo com nomes e oferendas diferentes, a estrutura mitológica era a mesma no Egito, na Grécia e em Roma, assim como seus respectivos deuses supremos tiveram de ser adaptados aos centros dominantes de cada momento ( no Egito, Zeus na Grécia e Júpiter em Roma).

Lista de deuses romanos (e seus correspondentes deuses gregos)



  • Saturno (Cronos):
    Saturno (do latim Saturnus) é um deus romano do tempo equivalente ao grego Cronos. É um dos titãs, filho do Céu e da Terra. Com uma foice dada por sua mãe mutilou o pai, Urano, tomando o poder entre os deuses.
    Expulso do céu por seu filho Júpiter (Zeus), refugiou-se no Lácio. Lá exerceu a soberania e fez reinar a idade do ouro, cheia de paz e abundância, tendo ensinado aos homens a agricultura. Em Lácio, criou uma família e uma conduta novas, vindo a ser pai de Pico.
    Saturno, gravura do século XVI de Caravaggio.

    Os romanos que, segundo outras tradições, atribuem a origem de Roma a Saturno, construíram-lhe um templo e um altar à entrada do Fórum, no Capitólio. Atribui-se ainda a Saturno a criação de divindades como Juno ou Hércules e de heróis como Rómulo. O sábado é o dia consagrado a Saturno. 

    O Saturno itálico é representado nas moedas como nas pinturas de Pompeia - testemunho ambivalente da sua actividade agrária e da sua identificação com o castrador Cronos - com a serpente na mão. Um baixo-relevo do museu do Capitólio, réplica de um modelo grego, apresenta-o como Cronos, sentado no trono, recebendo das mãos de sua mulher (por vezes chamada Opes nos textos latinos) a pedra envolvida em panos que ele confundiu com Júpiter recém-nascido.
    O Saturno africano é um homem de barba curta, penteado com calátides. Mas o deus chega a figurar, na mesma estela, com três aspectos distintos: deus barbudo com a foice, jovem deus solar com a cabeça ornada de raios e jovem deus lunar coroado com o crescente.

    Saturnais

    Os romanos, com receio que o deus abandonasse o seu lugar (na República depositava-se no seu templo o tesouro do Estado), prenderam a sua estátua com faixas de e não a libertavam senão quando se realizavam as Saturnais. Com efeito, estas festas populares, celebradas anualmente por volta do solstício de inverno,daí a ligação de saturno à capricórnio na astrologia pretendiam ressuscitar por um certo tempo a época maravilhosa em que os homens tinham vivido sem contrariedades, sem distinções sociais, numa paz inviolada. Era uma semana de repouso livre e feliz, durante a qual todas as actividades profissionais eram suspensas - até as campanhas militares eram interrompidas - e se realizavam inúmeros banquetes, onde os cidadãos substituíam a toga pela túnica e serviam os seus escravos que, desobrigados das suas funções habituais, falavam sem papas na língua.
    Estas festividades desembocavam, inevitavelmente, em grandes orgias. O culto de Saturno não se propagou com a mesma amplitude em todo o mundo romano, tendo sido objecto de um fervor excepcional junto das populações da África. "Dominus Saturnus" representa para estas o deus fertilizador da terra e, igualmente, o sol, assim como a lua. Espécie de divindade suprema do céu, instalada muitas vezes em substituição dos deuses fenícios, o Saturno africano foi, como Moloque, apreciador de vítimas humanas. Estas práticas cessaram sob o Império Romano e foram substituídas por libações e por sacrifícios de touros e de carneiros.

  • Júpiter (Zeus): Júpiter (em latim, Iuppiter) é o deus romano do dia, comummente identificado com o deus grego Zeus. Também é chamado de Jove (Jovis). Na mitologia romana Júpiter é o pai do deus Marte. Assim, Júpiter é o avô de Rômulo e Remo, os lendários fundadores de Roma. Júpiter é filho de Saturno e Cibele.
    Júpiter/Zeus e Juno/Hera, por Agostino Carracci, século XVI.

    Identificação com Zeus

    A identificação entre Júpiter e Zeus não é tão simples quanto vários livros de mitologia sugerem.
    Cícero, por exemplo, identificou três deuses de nome "Júpiter" :
  • Júpiter 1, filho do Éter, pai de Diana , Líber, Prosérpina, Hélio , e os Anaces: Tritopatreus, Eubuleus, e Dionísio
  • Júpiter 2, filho do Céu, pai de Minerva e das Musas
  • Júpiter 3, filho de Saturno, pai de Minerva , das Nove Musas, dos Dioscuri (Castor e Pólux), e de Mercúrio , Apolo , Diana , Vulcano , Dionísio e Vênus.
O Júpiter associado à ilha de Creta é o terceiro.

Nascimento 

Os fados tinham comunicado ao seu pai, Saturno, que ele havia de ser afastado do trono por um filho que nascesse dele. Para evitar a concretização da ameaça do destino, Saturno devorava os filhos que mal acabavam de nascer. Quando Júpiter nasceu, a mãe, cansada de ver assim desaparecer todos os filhos, entregou a Saturno uma pedra, que o deus engoliu sem se dar conta do logro.

Sua mãe então o entregou às ninfas da floresta em que o havia parido.3 Criado longe, na ilha de Creta, para não ter o mesmo destino cruel dos irmãos, ali cresceu alimentado pela cabra Amalteia. Quando esta cabra morreu, Júpiter usou a sua pele para fazer uma armadura que ficou conhecida por Égide.
Rebelião Quando chegou à idade adulta enfrentou o pai e, com a ajuda de uma droga, obrigou-o a vomitar todos os filhos que tinha devorado. Após libertar os irmãos do ventre paterno, empreendeu uma revolta (titanomaquia). Saturno procurou seus irmãos para fazer frente ao jovem deus rebelde que, com seus irmãos, reuniram-se no Olimpo. Casou-se com Juno, sua irmã e filha preferida de Cibele.4
Filhos Júpiter teve muitos filhos, tanto de deusas como de mulheres. Marte, Minerva e Vênus são seus filhos divinos, entre outros. Quando se apaixonava por mortais, Júpiter assumia diversas formas para se poder aproximar delas.
Baco (Baco (em grego: Βάκχος, transl. Bákkhos; em latim: Bacchus) é um nome alternativo, e posteriormente adotado pelos romanos,1 do deus grego Dioniso, cujo mito é considerado ainda mais antigo por alguns estudiosos. Os romanos o adotaram, como muitas de suas divindades, estrangeiras à mitologia romana, e o assimilaram com o velho deus itálico Liber Pater. Algumas lendas mencionam que a cidade de Nysa, na Índia (atual Nagar) teria sido consagrada a ele.
É o deus do vinho, da ebriedade, dos excessos, especialmente sexuais, e da natureza. Príapo é um de seus companheiros favoritos (também é considerado seu filho, em algumas versões de seu mito). As festas em sua homenagem eram chamadas de bacanais - a percepção contemporânea de que tais eventos eram "bacanais" no sentido moderno do termo, ou seja, orgias, ainda é motivo de controvérsia.
A pantera, o cântaro, a vinha e um cacho de uvas. Outras associações que não eram feitas com Baco foram atribuídas a Dioniso, como o tirso que ele empunha ocasionalmente.) era seu filho e da mortal Sémele. A jovem durante a gravidez insistiu que queria ver o pai do seu filho, em toda a glória. Júpiter tentou dissuadi-la, mas sem êxito. Quando o rei dos deuses se apresentou abertamente à sua amante, esta caiu fulminada. Júpiter tomou então o feto e colocou-o na sua barriga da perna, onde terminou a gestação.
Para conquistar a Princesa Europa, transformou-se em touro branco. A jovem aproximou-se e Júpiter mostrou-se meigo. Quando Europa montou sobre o seu dorso, ele elevou-se nos ares e levou a princesa para a ilha de Creta, onde se uniu a ela. Dessa união nasceram Minos, Radamanto e Sarpedão.
Noutra altura apaixonou-se por Alcmena, esposa de Anfitrião. Para a conquistar, assumiu a forma do próprio marido e contou com a ajuda de Mercúrio, que tomou a forma do criado Sósia. Dessa união nasceu o semideus Hércules. 
  • Juno (Hera):
    Na mitologia romana, Juno é a esposa de Júpiter e rainha dos deuses. É representada pelo pavão, sua ave favorita. Íris era sua servente e mensageira. Sua equivalente na mitologia grega é Hera. O sexto mês do ano, junho tem esse nome em sua homenagem.
    Hera para os gregos, Juno para os romanos, a Rainha do Olimpo, governava junto ao seu marido Zeus. Ela era filha de Cronos e Réia, a Grande Mãe deusa titã e foi criada na Arcádia. Teve como ama as Horas, ou as Três Estações.
    O pouco que sabemos, vem da "Ilíada" de Homero, onde ganha fama de esposa ciumenta. É que em culturas patriarcais antigas, os homens tinham por regra, satirizar toda e qualquer mulher que alcançava algum poder.
    Se Hera foi uma mulher disposta a contendas conjugais, realmente é porque ela estava coberta de motivos. Zeus era um homem libertino, promíscuo e infiel. Praticamente nenhum de seus filhos foi concebidos dentro dos limites de seu casamento oficial. O único deus que nasceu da união legítima de Zeus e Hera foi Ares, o deus da guerra, o mais medíocre dos deuses gregos. Visualiza-se aqui uma sociedade contemporânea, configurada em uma família patriarcal. Zeus é o pai, o chefe, o "cabeça do casal". Muito embora os conflitos persistentes, a supremacia de Zeus é escancarada. Zeus, pai dos deuses e dos homens era um nórdico. Ele e sua paternidade de Wotan (Odim), vieram do norte junto com demais triboscujo sistema social era patrilinear. Já Hera, representa um sistema matrilinear. Ela era a Rainha de Argos, em Samos e possuía no Olimpo um templo distinto de Zeus e anterior a este. Seu primeiro consorte foi Heracles. Quando os nórdicos conquistadores chegam a Olímpia, massacram a população e concedem às mulheres a lúgubre escolha entre a morte ou a submissão à nova ordem. Hera reflete, portanto, uma princesa nativa que foi coagida, mas não subjugada por este povo guerreiro. Assim, sabe-se agora o devido motivo porque o único filho de Zeus e Hera tenha sido Ares, o deus da guerra. Realmente Zeus e Hera viviam em "pé de guerra” dentro do Olimpo.

    Juno e Júpiter tinham 4 filhos, Lucina (Ilítia), deusa dos partos e gestantes, Juventa (Hebe), deusa da juventude, Marte (Ares), deus da guerra e Vulcano (Hefaístos,pronuncia-se Hefestos), o artista celestial, que era coxo. Juno sentia-se tão aborrecida ao vê-lo que atirou-o para fora do céu. Outra versão diz que Júpiter o jogou para fora, por este ter participado de uma briga do rei do Olimpo com Juno, deixando-o coxo com a queda.
    Juno possuía muitas rivais, entre elas, a bela Calisto, que Juno, por inveja da imensa beleza que conquistara seu marido, transformou numa ursa. Calisto passou a viver sozinha com medo dos caçadores e das outras feras da floresta, esquecendo-se de que agora ela própria era uma.
    Júpiter e Juno, por Agostino Carracci, século XVI.

    Um dia, Calisto reconheceu num caçador seu filho Arcas, já homem. Quis correr e abraçá-lo mas Arcas já erguera sua lança para matá-la quando Júpiter, vendo a desgraça que estava por acontecer afastou-os e lançou-os ao céu transformando-os nas constelações de Ursa Maior e Ursa Menor.
    Juno, enfurecida por Júpiter ter dado tal privilégio a sua rival, sai à procura de Tétis e Oceano, as antigas divindades do mar. Conta-lhes toda a injúria que Júpiter fizera a ela, e pede para que eles não deixem as constelações se esconderem em suas águas. Assim a Ursa Maior e a Ursa Menor movem-se em círculo no céu mas nunca descem por trás do oceano, como as outras estrelas.
    Outra de suas rivais foi Io, que Júpiter, ao sentir a presença de Juno, transforma em uma novilha. Juno, desconfiada, pede a novilha de presente. Júpiter não podia negar um presente tão insignificante a sua mulher, então, pesaroso, entrega a novilha a Juno que coloca-a sob os cuidados de Argos Panoptes, um monstro de muitos olhos, e tendo tantos, nunca fechava mais que dois para dormir, vigiando Io dia e noite. Júpiter, perturbado pelo sofrimento da amante, pede a Mercúrio que mate Argos. Com músicas e histórias, Mercúrio consegue fazer com que Argos feche seus 100 olhos e nisso corta sua cabeça fora. Juno entristecida recolhe seus olhos que haviam perdido toda a luz e coloca-os na cauda de seu pavão, onde permanecem até hoje.
    Enfurecida, Juno persegue Io por muitas partes da terra até que Júpiter intercede por ela prometendo não dar mais atenção a Io. Juno concorda devolvendo-lhe a aparência humana.
    Outro forte inimigo de Juno foi Hércules, filho de Júpiter com a mortal Alcmena. A este declarou guerra desde seu nascimento. Com uma tentativa frustrada de matá-lo quando era apenas um bebê, Juno o submete a Euristeus, que o envolve em muitas aventuras perigosas que ficaram conhecidas como "doze trabalhos".
  • Plutão (Hades): 
    Plutão (do grego antigo Pluto = rico) ou Dis (do latim dives = rico) é como ficou conhecido o deus dos mortos e das riquezas na mitologia romana, após a introdução dos mitos e da literatura gregas; é que, originalmente, não possuíam os romanos uma noção de um reino para a felicidade ou infelicidade pós-morte, como o Hades grego - senão uma imensa cavidade, chamada Orco, que mais tarde passou a identificar-se com o submundo grego. Ao deus que o comandava, então, incorporaram Hades, sob o seu epíteto de Pluto.
    Ele também era responsável por tudo que se encontra a baixo da terra.
    Era filho de Saturno e de Reia e irmão de Júpiter, de Juno e Neptuno. Quando Júpiter fez a partilha do Universo, deu a Plutão o império dos infernos. Plutão não conseguia achar uma mulher para se casar, por isso resolveu roubar Prosérpina, filha de Júpiter e de Ceres - deusa da agricultura - quando ela ia a caminho da fonte de Aretusa, na Sicília, para buscar água. Plutão é representado com uma coroa de ébano na cabeça, as chaves dos infernos na mão, num coche puxado por cavalos negros. 
    deus romano 'plutão'. equivalente em grego 'hades'.

    Em sua homenagem era celebrado um grande festival em Fevereiro, quando então eram-lhe ofertados sacrifícios de touros e cabras negros (chamados de februationes) por um sacerdote caracterizado por uma coroa de cipreste, e com a duração de doze noites. Não havia, em Roma, templos dedicados a Plutão.
    Esta é a deusa romana Ceres,  filha de Cronos e Reia e irmã de todos oa olimpianos mais velhos a terceira a nascer deusa da agricultura teve um filho chamado Pluto morto por Zeus. Teve uma filha com Zeus chamada Persefone deusa da primavera raptada por Hades ela comeu uma romã do mundo inferior e ela passa 6 meses no mundo inferior e 6 no mundo superior suas idas e vindas causam as estações.
    Com seu irmão Poseidon teve dois filhos Despina deusa do inverno e Arion o cavalo que fala e corre a velocidades sonicas. Equivalente grego Deméter.
    Plutão é casado com a sobrinha Prosérpina, filha de Ceres (equivalentes, respectivamente, às deusas gregas Perséfone e Deméter).
    deusa romana Prosérpina (equivalente em grego: Perséfone) é a deusa das estações, e mulher de Plutão. Filha de Ceres.

  • Netuno (Poseidon): 
    é o deus romano do mar, inspirado no deus grego Posídon (ou Poseidon).
    Neptuno representado numa fonte, na cidade italiana de Florença
    Filho do deus Saturno e irmão de Júpiter e de Plutão. Originariamente é o deus das fontes e das correntes de água, dos terremotos e criador dos cavalos.
    NETUNO-ROMANO POSEIDON-GREGO
    :
  • Vesta (Héstia):
    Vesta é uma deusa romana que personifica o fogo sagrado, a pira doméstica e a cidade. Corresponde à Héstia dos gregos, embora o seu culto na península itálica seja anterior à influência helénica no mundo romano, e, até certo ponto, à Agni dos hindús. Era muito comum utilizar a sua imagem nas moradas dos jovens que iam adquirir conhecimento longe de sua terra natal. Cortejada pelos deuses, e especialmente pelo belo Apolo e por Netuno, Vesta rejeitou todas as propostas amorosas e conseguiu que o próprio Júpiter protegesse sua virgindade.
    Devido a sua vontade de permanecer casta, suas sacerdotisas, as vestais, que vigiavam em permanência o fogo sagrado nos templos, também se mantinham assim. De onde saiu a expressão virgem vestal.
    Vesta era a filha primogênita de Cibele e Saturno (mitologia), a irmã mais velha da primeira geração de deuses olímpicos, e a solteira da segunda. Por direito de primogenitura, era uma das doze deusas olímpicas principais
    Foi engolida por Saturno e posteriormente resgatada por Júpiter. Representada trajando um longo vestido, muitas vezes com a própria cabeça coberta por um véu, ela é a deusa que nunca abandona o lar, o Olimpo, e jamais se envolve nas brigas e guerras de deuses ou mortais. Ajudou-o a tornar-se dono do universo. Desprezou o amor tanto de Netuno como de Apolo (Febo), resolvendo permanecer solteira. Como deusa de coração quente, ela representava a divindade do lar e defendia a vida da família. Era adorada antes dos outros deuses em todas as festas, uma vez que era a mais antiga e preciosa das deusas do Olimpo. Um juramento feito em seu nome era o mais sagrado dos juramentos. Segundo Heródoto era uma das divindades cujo nome não se originou no Egito ou no Oriente próximo. O animal mais sagrado à deusa é o asno.
    VESTA-ROMANA HÉSTIA-GREGA

  • Ceres (Deméter):
    Ceres, na mitologia romana, equivalente à deusa grega, Deméter1 , filha de Saturno e Cibele, amante e irmã de Júpiter, irmã de Juno, Vesta, Netuno e Plutão, e mãe de Proserpina com Júpiter.
    Patrona da Sicília, Ceres pediu a Júpiter para que a Sicília fosse colocada nos céus; como resultado, e porque a ilha tem forma triangular, criou a constelação Triangulum, um dos antigos nomes era Sicilia.
    Estátua de Ceres no Museu do Louvre em Paris

    Ceres era a deusa das plantas que brotam (particularmente dos grãos) e do amor maternal. Diz-se que foi adotada pelos romanos em 496 a.C. durante uma fome devastadora, quando os livros Sibilinos avisaram para que se adotassem a deusa grega Deméter, Proserpina (Perséfone) e Dionísio.
    A deusa era personificada e celebrada por mulheres em rituais secretos no festival de Ambarvalia, em Maio. Existia um templo dedicado a Ceres no monte Aventino em Roma. O seu primeiro festival era a Cereália ou Ludi Ceriales ("jogos de Ceres"), instituidos no século III a.C. e celebrados anualmente de 12 de abril a 19 de abril. A veneração de Ceres ficou associada às classes plebeias, que dominavam o comércio de cereais. Sabe-se muito pouco sobre os rituais de veneração a Ceres; um dos poucos costumes que foram registados era uma prática de apertar ligas nas caudas das raposas e que eram largadas no Circo Máximo.
    Ela tinha doze deuses menores que a assistiam, e estavam encarregues de aspectos específicos da lavoura.
    Ceres era retratada na arte com um cetro, um cesto de flores e frutos e tinha uma coroa feita de espigas de trigo.
    A palavra cereal deriva de Ceres, comemorando a associação da deusa com os grãos comestíveis. O nome Ceres provém de "ker", de raiz Indo-Europeia e que significa "crescer", também é a raiz das palavras "criar" e "incrementar". O asteróide Ceres levou o nome desta deusa, o mesmo aconteceu com o elemento químico Cerium.
    Ceres também é relacionada à cerveja, que em latim é grafada Cervisiae, batizada pelos romanos em homenagem à deusa.[carece de fontes] Empresta seu nome também ao famoso lêvedo de cerveja cujo nome científico é Saccharomyces cerevisiae.
    CERES-ROMANA DEMÉTER-GREGA
  • Febo (Apolo):
    Febo ("brilhante, luminoso") era o deus romano equivalente ao grego Apolo, de cujo nome passou a ser um epíteto. Irmão gêmeo de Diana, também conhecida por Ártemis, e também filho de Júpiter com Latona. Personificava a luz, era o deus das músicas, e o mais belo de Roma.
    De acordo com a mitologia, quando Juno descobriu que a mãe de Febo estava grávida de seu esposo Júpiter, ficou muito enciumada e pediu para que a deusa Gaia (Gaia, Géia, Gea ou é a deusa da Terra, a Mãe Terra, como elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora quase absurda) não cedesse lugar algum da terra para que a pobre mulher pudesse ter seus filhos, tendo, assim, com o ventre dolorido atravessado o mundo todo sem jamais receber abrigo de quem quer que fosse, pois todos tinham medo da ira das duas deusas. Depois de muito vagar, Latona acabou por chegar à Ortígia, encontrando, finalmente, um lugar seguro onde pudesse dar à luz os seus dois filhos. Ortígia era uma ilha flutuante — não estando fixa em lugar algum — e portanto não fazendo parte da terra.
    Logo após seu nascimento, Febo matou a serpente Píton em Delfos, lugar onde foi construído o mais célebre de seus templos. Entre seus tantos filhos, o seu mais querido e também o mais conhecido é o deus da medicina, Esculápio.
    FEBO-ROMA APOLO-GRÉCIA
  • Marte (Ares):
    Marte é o deus romano da guerra, equivalente ao grego Ares. Filho de Juno e de Júpiter, é considerado o deus da guerra sangrenta, ao contrário de sua irmã Minerva, que representa a guerra justa e diplomática. Os dois irmãos tinham uma rixa, que acabou culminando no frente-a-frente de ambos, junto das muralhas de Troia, cada um dos quais defendendo um dos exércitos. Marte, protector dos troianos, acabou derrotado. Marte, apesar de bárbaro e cruel, tem o amor da deusa Vênus, e com ela teve um filho, Cupido e uma filha mortal, Harmonia. Na verdade tratava-se de uma relação adúltera, uma vez que a deusa era esposa de Vulcano, que arranjou um estratagema para os descobrir e prender numa rede enquanto estavam juntos na cama.
    O povo romano considerava-se descendente daquele deus porque Rómulo é filho de Reia Sílvia ou Ília, princesa de Alba Longa, e Marte.
    Assim como Marte é o deus romano da guerra, bem como seu correspondente Ares na mitologia grega. Há também Cariocecus ou Mars Cariocecus que é o deus lusitano da guerra. O planeta Marte provavelmente recebeu este nome devido à sua cor vermelha, que por ser a cor do sangue era associado à violência e não ao amor, como foi traduzido na cultura popular com associação às rosas.
    MARTE-ROMANO ARES-GREGO
    Marte e Venus, por Sandro Botticelli. Marte, apesar de bárbaro e cruel, tem o amor da deusa Vênus
  • Diana (Ártemis):
    Em Roma, Diana era a deusa da lua e da caça, mais conhecida como deusa pura, filha de Júpiter e de Latona, e irmã gêmea de Febo.
    Era muito ciosa de sua virgindade. Na mais famosa de suas aventuras, transformou em um cervo o caçador Acteão, que a viu nua durante o banho.
    Indiferente ao amor e caçadora infatigável, Diana era cultuada em templos rústicos nas florestas, onde os caçadores lhe ofereciam sacrifícios. Na mitologia romana, Diana era deusa dos animais selvagens e da caça, bem como dos animais domésticos. Filha de Júpiter e Latona, irmã gêmea de Febo, obteve do pai permissão para não se casar e se manter sempre casta. Júpiter forneceu-lhe um séquito de sessenta oceânidas e vinte ninfas que, como ela, renunciaram ao casamento. Diana foi cedo identificada com a deusa grega Ártemis e depois absorveu a identificação de Artemis com Selene (Lua) e Hécate (ou Trívia), de que derivou a caracterização triformis dea ("deusa de três formas"), usada às vezes na literatura latina. O mais famoso de seus santuários ficava no bosque junto ao lago Nemi, perto de Arícia.
    Diana e as ninfas, surpresa pelo sátiro

    Pela tradição, o sacerdote devia ser um escravo fugitivo que matasse o antecessor em combate. Em Roma, seu templo mais importante localizava-se no monte Aventino e teria sido construído pelo rei Servius Tulius no século VI a.C. Festejavam-na nos idos (dia 13) de agosto. Na arte romana, era em geral representada como caçadora, com arco e aljava, acompanhada de um cão ou cervo.
    DIANA-ROMA ÁRTEMIS-GRÉCIA NO MUSEU DO LOUVRE
  • Mercúrio (Hermes):
    Na mitologia romana, Mercúrio (associado ao deus grego Hermes) é um mensageiro e deus da venda, lucro e comércio, o filho de Maia Maiestas, também conhecida como Ops, a versão romana de Reia, e Júpiter. Seu nome é relacionado à palavra latina merx ("mercadoria"; comparado a mercador, comércio). Em suas formas mais antigas, ele aparenta ter sido relacionado ao deus etrusco Turms, mas a maior parte de suas características e mitologia são emprestadas do deus grego, Hermes.
    Mercúrio é o deus romano encarregado de levar as mensagens de Júpiter, sendo filho de Júpiter e de Bona Dea e nasceu em Cilene, monte de Arcádia. Os seus atributos incluem uma bolsa, umas sandálias e um capacete com asas, uma varinha de condão e o caduceu. Quando Proserpina foi raptada, tentou resgatá-la dos infernos sem muito sucesso. É o deus da eloquência, do comércio, dos viajantes e dos ladrões, a personificação da inteligência. Corresponde ao Hermes grego, protetor dos rebanhos, dos viajantes e comerciantes: muito rápido, é o mensageiro. O planeta Mercúrio provavelmente recebeu este nome porque se move rapidamente no céu.
    Mercúrio influenciou o nome de uma série de coisas em vários campos da ciência, tais como o planeta Mercúrio e o elemento mercúrio. A palavra mercurial é geralmente usada para se referir a algo ou alguém errático, volátil ou instável, derivado da rapidez dos voos de Mercúrio de um lugar a outro. O termo vem da astrologia e descreve o comportamento esperado de alguém sob a influência do planeta Mercúrio.
    Mercúrio, do escultor flamengo do século XVII Artus Quellinus, identificado por seu chapéu, bolsa fechada por um fio, caduceu, sandálias aladas, galo e bode (Amsterdam Town Hall, hoje Royal Palace)
  • Vulcano (Hefesto):
    Vulcano (Hefesto na mitologia grega) era o deus romano do fogo, filho de Júpiter e de Juno ou ainda, segundo alguns mitólogos, somente de Juno com o auxílio do Vento.
    Foi lançado aos mares devido à vergonha de sua mãe pela sua disformidade, foi, porém, recolhido por Tétis e Eurínome, filhas de Oceano. Noutras versões, a sua fealdade era tal mesmo recém-nascido, que Júpiter o teria lançado do monte Olimpo abaixo. A esse facto de deveria a sua deformidade, pois Vulcano era coxo.
    Sua figura era representada como um ferreiro. Era ele quem forjava os raios, atributo de Júpiter. Este deus, o mais feio de todos, era o marido de Vénus ( a Afrodite grega), a deusa da beleza e do amor, que, aliás, lhe era tremendamente infiel.
    No entanto, Vulcano forjou armas especiais para Eneias, filho de Vénus de Anquises de Troia e para Aquiles quando este havia emprestado para Pátroclo,que por sua vez a perdeu para Heitor.
    E também em certa altura, Vulcano preparou uma rede com que armadilhou a cama onde Vénus e Marte mantinham uma relação adúltera. Deste modo o deus ferreiro conseguiu demonstrar a infidelidade da sua esposa, que no entanto foi perdoada por Júpiter.
    VULCANO-ROMA HEFESTO-GRÉCIA.  A Oficina de Vulcano, pintada por Diego Velázquez
  • Minerva (Atena):
    De acordo com Jesse Benedict Carter, vários dos deuses tradicionalmente associados a Roma, como Minerva, Diana, Vênus, Fortuna, Hércules, Castor e Pólux, Apolo, Mercúrio, Dis, Prosérpina, Esculápio e Magna Mater, não faziam parte do panteão romano inicial, porque estes deuses representavam fases da vida que eram estranhos aos romanos. No período mais antigo, há poucas evidências do culto a Minerva no Lácio ou no sul da Itália, e é quase certo que ela era desconhecida em Roma.
    Minerva, segundo este autor, teria sido introduzida na época de Sérvio Túlio, cuja sociedade não podia prever o que esta introdução significava, e sua importância para o desenvovimento futuro de Roma.
    Carter sugere que o centro do culto de Minerva, na Itália, era Falérios, e foi a partir de Falérios que Minerva entrou em Roma, em três ocasiões: diretamente da cidade de Falérios, depois vinda de Falérios e atravessando a Etrúria e, finalmente, quando Roma capturou Falérios.
    A deusa Minerva de Falérios, porém, tinha pouco em comum com a deusa Atena da Grécia, além de ser a deusa dos artesãos, pois a deusa grega tinha centenas de outros interesses, enquanto a pequena deusa dos camponeses de Falérios parecia só se interessar por um assunto. Em suas viagens pela Etrúria, a deusa teve contato com pessoas que conheciam a representação grega de Atena, e passaram a associar as duas deusas, mas Minerva continuou sendo, primariamente, a deusa do artesão e do trabalhador, a patrona do trabalho manual do homem em vez do trabalho intelectual, e foi assim que ela chegou a Roma.
    No início, os trabalhadores romanos adoravam Minerva em suas casas, mas quando o número deles foi crescendo, a sua importância se espalhou para os romanos nativos, até que ela se tornou tão importante que o estado romano teve que reconhecê-la como uma deusa do estado. Diferente, porém, de Hércules e Castor, que foram recebidos dentro do pomério, Minerva recebeu um templo do lado de fora, no Aventino.
    Seu grande festival ocorria no dia 19 de março, uma data antes sagrada a Marte, mas devido às celebrações de Minerva, esta data deixou de ser associada a Marte. Seu templo se tornou o local de encontro dos artesãos de Roma, o que durou enquanto Roma foi pagã.
    Minerva, logo após sua introdução, foi associada a Júpiter e Juno, formando a tríade capitolina. Foram construídos vários templos a Minerva, sob os vários aspectos de Atena com a qual ela foi sendo gradualmente identificada.
    MINERVA-ROMA ATENA-GRÉCIA.  Estátua da Deusa Minerva do escultor François Gaspard Adam
  • Baco (Dionísio):
    Baco (em grego: Βάκχος, transl. Bákkhos; em latim: Bacchus) é um nome alternativo, e posteriormente adotado pelos romanos, do deus grego Dioniso, cujo mito é considerado ainda mais antigo por alguns estudiosos. Os romanos o adotaram, como muitas de suas divindades, estrangeiras à mitologia romana, e o assimilaram com o velho deus itálico Liber Pater. Algumas lendas mencionam que a cidade de Nysa, na Índia (atual Nagar) teria sido consagrada a ele.
    É o deus do vinho, da ebriedade, dos excessos, especialmente sexuais, e da natureza. Príapo é um de seus companheiros favoritos (também é considerado seu filho, em algumas versões de seu mito). As festas em sua homenagem eram chamadas de bacanais - a percepção contemporânea de que tais eventos eram "bacanais" no sentido moderno do termo, ou seja, orgias, ainda é motivo de controvérsia.
    A pantera, o cântaro, a vinha e um cacho de uvas. Outras associações que não eram feitas com Baco foram atribuídas a Dioniso, como o tirso que ele empunha ocasionalmente.
      BACO-ROMA DIONÍSIO-GRÉCIA.  Baco, pintura de Michelangelo Merisi Caravaggio, na Galleria degli Uffizi, Florença 

  • Vênus (Afrodite):
    Vênus é a deusa do panteão (ou panteon) romano, equivalente a Afrodite no panteão grego, cujo nome vem acompanhado, por vezes, de epítetos como "Citereia" já que, quando do nascimento, teria passado por Citera, onde era adorada sob este nome. É a deusa do Amor e da Beleza, tendo sido assimilada à Vênus romana, uma deusa local do mercado. O mito do nascimento conta que surgiu de dentro de uma concha de madrepérola, tendo sido gerada pelas espumas (aphros, em grego). Em outra versão, é filha de Júpiter e Dione. Era considerada esposa de Vulcano, o deus manco, mas mantinha uma relação adúltera com Marte.
    O Nascimento de Vênus/Afrodite, de Bouguereau

    Vênus foi uma das divindades mais veneradas entre os antigos, sobretudo na cidade de Pafos, onde o templo era admirável. Tinha um olhar vago, e cultuava-se o zanago dos olhos como ideal da beleza feminina. Possuía um carro puxado por cisnes.
    Vénus possui muitas formas de representação artística, desde a clássica (greco-romana) até às modernas, passando pela renascentista. É de uma anatomia divinal, daí ser considerada pelos antigos gregos e romanos como a deusa do erotismo, da beleza e do amor.
    Os romanos consideravam-se descendentes da deusa pelo lado de Eneias, o fundador mítico da raça romana, que era filho de Vénus com o mortal Anquises.
    Na epopeia Os Lusíadas, Luís de Camões apresenta a deusa como a principal apoiante dos heróis portugueses.

  • Cupido (Eros):
    Cupido, também conhecido como Amor, era o deus equivalente em Roma ao deus grego Eros. Filho de Vênus e de Vulcano, (o deus do fogo e do ferro), andava sempre com seu arco, pronto para disparar sobre o coração de homens e deuses. Teve um romance muito famoso com a princesa Psiquê, a deusa da alma.
    Cupido encarnava a paixão e o amor em todas as suas manifestações. Logo que nasceu, Júpiter (pai dos deuses), sabedor das perturbações que iria provocar, tentou obrigar Vénus a se desfazer dele. Para protegê-lo, a mãe o escondeu num bosque, onde ele se alimentou com leite de animais selvagens.
    Cupido era geralmente representado como um menino alado que carregava um arco e um carcás com setas. Os ferimentos provocados pelas setas que atirava despertavam amor ou paixão em suas vítimas. Outras vezes representavam-no vestido com uma armadura semelhante à que usava Marte, talvez para assim sugerir paralelos irónicos entre a guerra e o romance ou para simbolizar a invencibilidade do amor. 

    Embora fosse algumas vezes apresentado como insensível e descuidado, Cupido era, em geral, tido como benéfico em razão da felicidade que concedia aos casais, mortais ou imortais. No pior dos casos, era considerado malicioso pelas combinações que fazia, situações em que agia orientado por Vénus.


    O mito de Cupido e Psiquê

    Um certo dia, Vênus estava admirando a terra quando avistou uma bela moça chamada Psiquê. Vênus era uma deusa muito vaidosa e não gostava de perder em matéria de aparência, muito menos para uma mortal. Vênus chamou Mercúrio e disse-lhe: "- Mande esta carta para Psiquê."
    Quando Psiquê recebeu a carta ficou admirada, recebendo uma carta de uma deusa. Mas ficou muito decepcionada quando a leu. Na carta havia uma profecia clamada pela própria Vênus. A profecia dizia que Psiquê ia se casar com a mais horrenda criatura. Psiquê ficou desesperada, foi contar para suas irmãs. Psique era muito inocente e nunca percebeu que suas irmãs morriam de inveja dela.
    Quadro de Cupido e Psiquê.

    Enquanto isso, no Monte Olimpo, Vênus chamou seu filho Cupido: "- Meu caro filho, preciso de um grande favor seu. Quero que você vá a terra e atire uma de suas flechas de amor em Psiquê, e faça com que ela se apaixone pelo homem mais feio do planeta". Cupido gostava muito de sua mãe e não quis contrariá-la. Então foi. Quando anoiteceu, Cupido foi até a casa de Psique, entrou pela janela avistou um rosto perfeito, traços encantadores. Cupido chegou bem perto para não ter a chance de errar o alvo (apesar de ter uma mira muito boa, mas estava encantado com a bela jovem). Se preparou para atirar, esticou o seu arco e quando ia soltar a flecha, Psiquê moveu o braço, e Cupido acertou ele mesmo. A partir daquele instante Cupido ficou perdidamente apaixonado pela jovem. Voltou para casa, mas não conseguiu dormir pensando na bela Psiquê. No dia seguinte, Cupido foi falar com Zéfiro (o vento oeste) e pediu para que transportasse Psique para os ares e a instalasse num palácio magnífico, onde era a casa de Cupido. Quando a noite caiu, a moça ouviu uma voz misteriosa e doce: "- Não se assuste, Psiquê, sou o dono desse palácio. Ofereço a ti como presente de nosso casamento, pois quero ser seu esposo. Tudo que está vendo lhe pertence. E tudo que deseja será concebido. Zéfiro estará às suas ordens, ele fará tudo o que você quiser. Eu só lhe faço uma exigência: não tente me ver. Só sob esta condição poderemos viver juntos e sermos felizes".
    Toda noite Cupido vinha ver Psiquê, mas em uma forma invisível. A moça estava vivendo muito feliz naquele lindo palácio. Mas passando os dias Psiquê ficava cada vez mais curiosa para saber quem era seu marido. Certa noite, quando Cupido veio ver Psiquê, eles se encontraram e se amaram. Mas quando Cupido adormeceu, Psiquê escondida e em silêncio pegou uma lamparina e acendeu-a, e quando ela viu o belo jovem de rosto corado e cabelos loiros, ficou encantada. Mas num pequeno descuido ela deixou cair uma gota de óleo no braço do rapaz, que acordou assustado e, ao ver Psiquê, desapareceu. O encanto todo acabou, o palácio os jardins e tudo que havia em volta desapareceu, como num passe de mágica. Psiquê ficou sozinha num lugar árido, pedregoso e deserto.
    Cupido, pintura de
    William-Adolphe Bouguereau (1825-1905)

    Desconsolado, Cupido voltou para o Olimpo e suplicou a Júpiter que lhe devolvesse a esposa amada. O senhor dos deuses respondeu: "- O deus do amor não pode se unir a uma mortal".
    Mas Cupido protestou. Será que Júpiter que tinha tanto poder não podia tornar Psiquê imortal? O senhor dos deuses sorriu lisonjeado. Além do mais como poderia de deixar de atender a um pedido de Cupido, que lhe trazia lembranças tão boas? O deus do amor o tinha ajudado muitas vezes, e talvez algum dia Jupiter precisaria da ajuda de Cupido de novo. Seria mais prudente atender o seu pedido. Jupiter mandou Mercurio ir buscar Psique e lhe trouxesse para o reino celeste. Então Jupiter, o soberano, transformou Psiquê em imortal. Nada mais se opôs aos amores de Cupido e Psiquê, nem mesmo Vênus, que ao ver seu filho tão feliz se moveu de compaixão e abençoou o casal. Seu casamento foi celebrado com muito néctar, na presença de todos os deuses.
    As Musas (jovens encantadas, que eram acompanhantes do deus Apolo) e as Graças (jovens que representavam a beleza que acompanhavam a deusa Venus) aclamavam a nova deusa em meio a cantos de danças. Assim Cupido viveu sua imortalidade com o ser que mais amou.
  • Latona (Leto):
    Latona (na mitologia romana), ou Leto (na mitologia grega), era uma filha de Febe e Céos, e mãe de Febo (Apolo) e de Diana (Ártemis). Era a deusa do anoitecer.
    Quando engravidou dos dois, cujo pai era Júpiter (Zeus), teve que fugir da ira da ciumenta deusa suprema Juno (Hera), que tinha pedido que Gaia não cedesse lugar na terra para que a deusa pudesse dar à luz seus filhos. Seus filhos nasceram na ilha Delos após fugir da serpente Píton, que Febo mataria mais tarde. Latona era a deusa da noite clara.
    Sempre que aparece nas imagens aparece a proteger os seus filhos, por causa da serpente Píton. Isto deve-se ao problema que surgiu com Hera.
    LATONA-ROMA LETO-GRÉCIA, MÃE DE APOLO E ARTEMIS.
  • Somno (Hipnos):
  • Áquilo (Bóreas):
    Áquilo na mitologia romana ou Bóreas ou Boreas (em grego: Βορέας), na mitologia grega, é o vento norte, e, de acordo com Hesíodo, filho de Astreu e Eos, e irmão de Héspero, Euro, Zéfiro e Noto. Ele mora em uma caverna no Monte Haemon, na Trácia. Nas lendas da Ática, ele raptou Orítia, filha de Erecteu, com quem teve vários filhos, dentre os quais os boréadas, Zetes e Calais, e Cleópatra, esposa de Fineu.
    Vaso representando o rapto de Oreithya pelo deus Bóreas, Louvre, Paris.
    Durante as Guerras Médicas, Bóreas ajudou os atenienses, destruindo os navios dos bárbaros. Ele também ajudou Megalópolis contra Esparta, e era honrado em Megalópolis com festivais anuais. De acordo com a tradição homérica, Bóreas foi o pai de doze cavalos com as éguas de Erictônio, o que é explicado como sendo uma forma figurativa de dizer que estes cavalos eram muito velozes. Na arca de Cípselo ele estava representando raptando Orítia, e no lugar de suas pernas havia serpentes. Festivais de Bóreas eram celebrados em Atenas e outros lugares.                                                                                                                                                                                                                                        

    *Gaia (mitologia):

    Gaia, Géia, Gea ou é a deusa da Terra, a Mãe Terra, como elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora quase absurda. Segundo Hesíodo, no princípio surge o Caos, e do Caos nascem Gaia, Tártaro, Eros (o amor), Érebo e Nix (a noite).
    Gaia gera sozinha Urano, Ponto e as Óreas (as montanhas). Ela gerou Urano, seu igual, com o desejo de ter alguém que a cobrisse completamente, e para que houvesse um lar eterno para os deuses "bem-aventurados".
    Com Urano, Gaia gerou os 12 Titãs: Oceano, Céos, Crio, Hiperião, Jápeto, Teia, Reia, Têmis, Mnemosine, a coroada de ouro Febe e a amada Tétis; por fim nasceu Cronos, o mais novo e mais terrível dos seus filhos, que odiava a luxúria do seu pai.
    Após, Urano e Gaia geraram os Ciclopes e os Hecatônquiros (Gigantes de Cem Mãos e Cinquenta Cabeças). Sendo Urano capaz de prever o futuro, temeu o poder de filhos tão grandes e poderosos e os encerrou novamente no útero de Gaia. Ela, que gemia com dores atrozes sem poder parir, chamou seus filhos Titãs e pediu auxílio para libertar os irmãos e se vingar do pai. Somente Cronos aceitou. Gaia então tirou do peito o aço e fez a foice dentada. Colocou-a na mão de Cronos e os escondeu, para que, quando viesse Urano, durante a noite não percebesse sua presença. Ao descer, Urano, para se unir mais uma vez com a esposa, foi surpreendido por Cronos, que atacou-o e castrou-o, separando assim o Céu e a Terra. Cronos lançou os testículos de Urano ao mar, mas algumas gotas caíram sobre a terra, fecundando-a. Do sangue de Urano derramado sobre Gaia, nasceram os Gigantes, as Erínias as Melíades. Após a queda de Urano, Cronos subiu ao trono do mundo e libertou os irmãos. Mas vendo o quanto eram poderosos, também os temia e os aprisionou mais uma vez. Gaia, revoltada com o ato de tirania e intolerância do filho, tramou uma nova vingança. 
    Gaia de Anselm Feuerbach (1875).

    Quando Cronos se casou com Reia e passou a reger todo o universo, Urano lhe anunciou que um de seus filhos o destronaria. Ele então passou a devorar cada recém nascido por conselhos do pai. Mas Gaia ajudou Reia a salvar o filho que viria a ser Zeus. Reia então, em vez de entregar seu filho para Cronos devorar entregou-lhe uma pedra, e escondeu seu filho em uma caverna.
    Já adulto, Zeus declarou guerra ao pai e aos demais Titãs com a ajuda de Gaia. E durante cem anos nenhum dos lados chegava ao triunfo. Gaia então foi até Zeus e prometeu que ele venceria e se tornaria rei do universo se descesse ao Tártaro e libertasse os três Ciclopes e os três Hecatônquiros.
    Ouvindo os conselhos de Gaia, Zeus venceu Cronos, com a ajuda dos filhos libertos da Terra e se tornou o novo soberano do Universo. Zeus realizou um acordo com os Hecatônquiros para que estes vigiassem os Titãs no fundo do Tártaro. Gaia pela terceira vez se revoltou e lançou mão de todas as suas armas para destronar Zeus.
    Num primeiro momento, ela pariu os incontáveis Andróginos, seres com quatro pernas e quatro braços que se ligavam por meio da coluna terminado em duas cabeças, além de possuir os órgãos genitais femininos e masculinos. Os Andróginos surgiam do chão em todos os quadrantes e escalavam o Olimpo com a intenção de destruir Zeus, mas, por conselhos de Têmis, ele e os demais deuses deveriam acertar os Andróginos na coluna, de modo a dividi-los exatamente ao meio. Assim feito, Zeus venceu.
    Em uma outra oportunidade, Gaia produziu uma planta que ao ser comida poderia dar imortalidade aos Gigantes; todavia a planta necessitava de luz para crescer. Mas ao saber disto Zeus ordenou que Hélio, Selene, Eos e as Estrelas não subissem ao céu, e escondido nos véus de Nix, ele encontrou a planta e a destruiu. Mesmo assim Gaia incitou os Gigantes a colocarem as montanhas umas sobre as outras na intenção de subir o céu e invadir o Olimpo. Mas Zeus e os outros deuses venceram novamente.
    Como última alternativa, enviou seu filho mais novo e o mais horrendo, Tifão para dar cabo dos deuses e seus aliados, mas os deuses se uniram contra a terrível criatura e depois de uma terrível e sangrenta batalha, eles conseguem vencer o último filho de Gaia.
    Enfim, Gaia cedeu e acordou com Zeus que jamais voltaria a tramar contra seu governo. Dessa forma, ela foi recebida como uma deusa Olímpica.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          

    *Febe:

    Febe ou Foibe (grego Φοίβη, transliteração "Phoibê", tradução "brilhante, profética") era conhecida como "a mais bela entre as Titânides". Seu nome está ligado aos vocábulos gregos phoibos ("brilhante" ou "radiante""), phoibaô ("purificar") e phoibazô ("profetizar").
    Ela era um dos doze titãs, filhos de Urano e Gaia: Oceano, Céos, Crio, Hiperião, Jápeto, Teia, Reia, Têmis, Mnemosine, a coroada de ouro Febe e a amada Tétis e Cronos.
    Talvez a primeira deusa da Lua que os gregos conheceram, Febe é confundida com sua sobrinha Selene (filha de Hiperião e Teia), e também com suas netas Ártemis e Hécate. Febe é a deusa da lua, relacionada com as noites de lua cheia. Seu nome quer dizer "brilhante", nome que foi emprestado ao seu neto Apolo, chamado de Febo. Febe se uniu a Céos e tiveram as deusas Leto (mãe de Ártemis e Apolo) e Astéria (mãe de Hécate), que simbolizam respectivamente os oráculos da luz e da escuridão. Higino ainda acrescenta entre suas filhas o nome de Afirafes.
    Febe e Astéria, Altar de Pérgamo

    Febe era uma antiga deusa da profecia e a terceira a presidir o oráculo de Delfos, após Gaia (sua mãe) e Têmis (sua irmã). Mais tarde deu o oráculo a seu neto Apolo como presente de aniversário. Por tudo isso Febe, apesar de brilhante, era considerada uma deusa de mistérios e segredos.
    Era representada como uma bela mulher com os seios nus, voando pelo céu e levando numa das mãos um cântaro de prata.
    FEBE


            *AQUILES:      Na mitologia grega, Aquiles (em grego antigo: Ἀχιλλεύς; transl. Akhilleus) foi um herói da Grécia, um dos participantes da Guerra de Troia e o personagem principal e maior guerreiro da Ilíada, de Homero.
    Aquiles tem ainda a característica de ser o mais belo dos heróis reunidos contra Troia,1 assim como o melhor entre eles.
    Lendas posteriores (que se iniciaram com um poema de Estácio, no século I d.C.) [carece de fontes] afirmavam que Aquiles era invulnerável em todo o seu corpo por se banhar no Rio Estige, exceto em seu calcanhar; ainda segundo estas versões de seu mito, sua morte teria sido causada por uma flecha envenenada que o teria atingido exatamente nesta parte de seu corpo. A expressão "calcanhar de Aquiles", que indica a principal fraqueza de alguém, teria aí a sua origem.
    Aquiles como guardião do palácio, nos jardins do Achilleion, de Corfu (Corfu ou Córcira (em grego: Κέρκυρα; em latim: Corcyra; em italiano: Corfù) é uma ilha grega do mar Jônico situada na costa da Albânia, de que é separada por estreitos variando em comprimento de 3 a 23 km, incluindo um perto de Butrint e outro perto de Tesprotia.
    A ilha é uma unidade regional da Grécia, pertencente a região das Ilhas Jônicas. Sua capital é a cidade de Corfu (ou Kerkyra em grego), a principal cidade da ilha, onde está a universidade Universidade Jônica).
    As obras literárias (e artísticas em geral) em que Aquiles aparece como herói são abundantes. Para além da Ilíada e da Odisseia - onde é mostrada o destino de Aquiles após a sua morte - pode-se destacar, ainda, a tragédia Ifigénia em Áulide, de Eurípides, "imitada" mais tarde pelo dramaturgo francês Jean Racine (1674) e transformada em ópera pelo compositor alemão Christoph Willibald Gluck (1774), além das artes plásticas, onde podem ser encontradas, além das diversas pinturas de vasos e esculturas do próprio período da Antiguidade Clássica, telas de Rubens, Teniers, Ingres, Delacroix e muitos outros, que retratam as suas múltiplas façanhas.        
                                                                                                                                                                   

    *Pátroclo:
    Na mitologia grega, Pátroclo ou Pátroklos (em grego: Πάτροκλος, "glória do pai") é um dos personagens centrais da Ilíada, primo e às vezes considerado amante de Aquiles era filho de Menécio.

    Origens: Na sua juventude, Pátroclo matou covardemente um amigo seu, Clisónimo, durante um jogo de astrágalos (ossos usados de forma semelhante aos dados). O seu pai teve, então, de se exilar com ele para fugir à punição. Obtiveram refúgio na corte do rei Peleu, pai de Aquiles. O rei enviou os dois jovens para a floresta, onde foram educados em várias artes, especialmente a medicina, por Quíron, o sábio rei dos centauros

    Na guerra de Troia: Pátroclo lutou com os gregos, ao lado de Aquiles, durante a Guerra de Troia. Lá, matou Sarpedão (um filho de Zeus), Cébrion (condutor do carro de Heitor), entre outros troianos de menor destaque. Quando Aquiles se recusou a lutar devido à sua disputa com Agamemnon, Pátroclo, envergando a armadura de Aquiles, depois de aconselhado por Nestor e com o consentimento de Aquiles, é atcado por Apolo, ferido de morte por Euforbo, finalmente, golpeado por Heitor. Depois de resgatar o corpo do amigo, cujo corpo fora protegido no campo de batalha por Menelau e Ájax, Aquiles retarda durante algum tempo os rituais fúnebres, preocupado com a vingança contra Heitor, mas é convencido quando uma aparição de Pátroclo lhe suplica a cremação, de forma a que a sua alma possa ser admitida no Hades. Aquiles inicia, então, as cerimónias fúnebres onde durante as quais sacrificava cavalos, cães, e doze troianos cativos antes de colocar o corpo de Pátroclo na pira crematória.

    Aquiles organiza, em seguida, uma competição de atletismo em honra do morto, que incluía uma corrida de carros (vencida por Diomedes), pugilismo (onde o vencedor é Epeu), uma corrida a pé (vencida por Ulisses), lançamento de disco (onde Polipetes vence Epeu), e um concurso de arco (vencido por Pentesileia, o que foi uma surpresa, pois era uma amazona, logo, mulher), e lançamento de dardo (vencido por Agamemnon). Os jogos são descritos no livro 23 da Ilíada, e consiste numa das primeiras referências ao desporto em documentos da antiga Grécia.
                                                                                                                                                               
  • Espártaco:
    Espártaco (em latim: Spartacus; em grego: Σπάρτακος; ca. 120 a.C. – ca. 70 a.C.) foi um gladiador de origem trácia, líder da mais célebre revolta de escravos na Roma Antiga, conhecida como "Terceira Guerra Servil", "Guerra dos Escravos" ou "Guerra dos Gladiadores". Espártaco liderou, durante a revolta, um exército rebelde que contou com quase 100 mil ex-escravos. 

    Espártaco, de Denis Foyatier,, 1830, Museu do Louvre
    Nascimento 120 a.C.
    Trácia
    Morte 70 a.C. (50 anos)
    Basilicata

    A origem de Espártaco e a revolta dos escravos:

    De acordo com vagas referências de autores romanos (Apiano, Floro e Plutarco), Espártaco era de origem trácia e, por ter desertado de uma tropa auxiliar do exército romano, foi capturado e reduzido à escravidão. Devido à sua força física, foi comprado por um mercador a serviço do lanista  , Lêntulo Batiato, e levado para a escola de gladiadores de Cápua, na Campânia (Itália).
    Sobre ele, dizem os autores antigos:
  • Plutarco: "Era um homem inteligente e culto, mais helênico do que bárbaro
  • Floro: "... mercenário da Trácia, admitido em nosso exército, soldado desertor, bandido promovido a gladiador por sua força
Em 73 a.C., cerca de duzentos escravos da escola de Batiato revoltaram-se, devido (segundo Plutarco) aos maus-tratos que recebiam do lanista, e armados apenas com facas de cozinha, atacaram os guardas da escola. Ainda segundo Plutarco, setenta e oito deles (ou apenas trinta, segundo Floro) conseguiram fugir. No caminho, depararam-se com umas carretas carregadas de armas usadas pelos gladiadores, apoderando-se delas. Com esse armamento, repeliram a guarnição de Cápua, enviada para capturá-los.

Roma manda uma expedição contra Espártaco:

Roma então organizou a primeira expedição contra os revoltosos. À frente de três mil homens, o pretor romano Caio Cláudio Glabro sitia-os em seu forte, um outeiro de subida penosa e estreita rodeado de altos rochedos talhados a pique, tendo no cimo grande quantidade de videiras selvagens. Sendo a subida guardada por Cláudio, os sitiados cortaram os rebentos mais longos e fortes de tais videiras, fizeram com eles compridas escadas que roçavam a planície, e, amarrando-as no alto, por elas desceram todos sossegadamente. Apenas um deles ficou em cima, para jogar-lhes as armas, findo o que também se pôs a salvo. Os romanos não suspeitaram da operação; rodeado o outeiro, os sitiados atacaram-nos pela retaguarda, afugentando-os e tomando-lhes o acampamento. Muitos boiadeiros e pastores que guardavam seus rebanhos juntaram-se aos fugitivos, sendo uns armados por eles e outros mandados a espionar.

Outra expedição contra Espártaco:  Nessa ocasião, Roma enviou o comandante Públio Varínio a fim de desbaratá-los. Em um primeiro combate derrotaram o tenente denominado Fúrio, juntamente com dois mil homens e três ursos. Em seguida também derrotaram um outro tenente,Cossino, que lhe haviam impingido como conselheiro e companheiro, e com grande poder. Houve uma tentativa de aprisionar Espártaco quando este se banhava num lugar chamado Salinas, no entanto o comandante, custosamente, conseguiu salvar-se. Não obstante, Espártaco apoderou-se de sua bagagem, e, perseguindo-o tenazmente apoderou-se também de seu acampamento, tendo-lhe custado a vida de muitos dos seus homens, dentre os quais, Cossímo. Tendo também vencido em muitos combates o próprio pretor-chefe, aprisionando os sargentos que conduziam os machados à sua frente, bem como seu próprio cavalo. Espártaco adquiriu tal valor que todos passaram a temê-lo. Todavia, calculando cuidadosamente suas forças e dotes, e vendo que elas não podiam superar as dos romanos, levou seu exército para os Alpes, considerando que, uma vez transpostos, cada qual voltasse para sua terra, isto é, para a Gália e para a Trácia. Seus homens, porém, fiados em seu número, e prometendo grandes realizações, não o quiseram atender, e recomeçaram a percorrer e a saquear toda a península Itálica.

Roma encarrega os cônsules de derrotar Espártaco

Achando-se o senado inquieto, não só pela vergonha e afronta de serem seus homens vencidos por escravos sublevados, como pela apreensão e pelo perigo em que se achava toda a península Itálica, mandou para ali os dois cônsules, como se fosse uma das mais árduas e perigosas guerras que deveriam enfrentar. Lúcio Gélio Publícola, um dos cônsules, atacando de surpresa uma tropa de germanos, que por altivez e desprezo, se havia separado e afastado do acampamento de Espártaco, submeteu-a toda ao fio de espada; Lêntulo, seu companheiro, com numerosas forças sitiou Espártaco e todos os que o seguiam, atacou-os, venceu-os, e apoderou-se de toda a sua bagagem. Razão por que, avançando para os Alpes, Cássio, pretor e governador da Gália do subúrbio do rio Pó, enfrentou-o com um exército de dez mil homens. Travou-se um grande combate, no qual ele foi derrotado, tendo perdido muitos soldados e conseguido salvar-se a muito custo e às pressas. Ciente disto, o senado declarou-se bastante descontente de seus cônsules; ordenando-lhes que não mais se envolvessem nesta luta, atribuiu todo o encargo a Marco Licínio Crasso em 71 a.C., que foi seguido por numerosos moços nobres, graças à sua elevada reputação e à grande estima que lhe votavam.

Crasso é encarregado de acabar com Espártaco
Crasso foi assentar seu acampamento na Romanha, para esperar a pé firme Espártaco, que se dirigia para ali, e mandou Múmio, um dos seus tenentes, com duas legiões, envolver o inimigo pela retaguarda, ordenando segui-lo sempre no encalço, e proibindo-lhe expressamente atacá-lo e escaramuçá-lo de qualquer modo. Não obstante todas estas determinações, logo que Múmio se viu na possibilidade de fazer alguma coisa, atacou-o, sendo derrotado, com perda de muitos dos seus homens. Os que conseguiram salvar-se na fuga, apenas perderam suas armas. Crasso irritou-se bastante com ele; e, recolhendo os fugitivos, deu-lhes outras armas, exigindo-lhes fiadores que garantissem seu melhor serviço dali por diante, coisa que nunca fora feito antes. E, os quinhentos que estiveram nas primeiras filas, e que foram os primeiros a iniciar a fuga, ele dividiu-os em cinquenta dezenas, em cada uma das quais sorteou um,(dizimação) sujeito à pena de morte. Reviveu assim o antigo modo dos romanos castigarem os soldados covardes, coisa que de há muito havia sido abandonada, por ser ignominiosa, e produzir horror e espanto à assistência, quando realizada publicamente. 
Estátua de mármore de Espártaco, por Louis-Ernest Barrias, (1871), jardins do Palácio das Tulherias, (Paris)

Castigando assim seus soldados, Crasso lançou-os diretamente contra Espártaco, que recuou sempre e tanto que, pela região dos lucanianos, chegou à costa, encontrando alguns navios de corsários cilícios no estreito de Messina. Isto animou-o a ir à Sicília; e, para enviar para lá dois mil homens, para sublevar escravos de lá. Mas Crasso tomou medidas para o impedir de enviar homens para a para a Sicília para amotinar os escravos da ilha. Razão por que, lançando-se inesperadamente longe da praia, ele foi assentar seu acampamento na península dos régios, onde Crasso foi encontrá-lo; e, vendo que a natureza do lugar mostrava-lhe como devia agir, decidiu cercar de muralhas o istmo da península, dando assim ocupação aos seus homens e impedindo que os inimigos recebessem víveres. Trabalho demorado e difícil, que ele executou em bem pouco tempo, contra a opinião de todo o mundo, e fez abrir uma trincheira através da península, de quinze léguas de comprimento, quinze pés de largura e quinze pés de profundidade. Sobre a trincheira fez construir uma muralha muito alta e forte, da qual Espártaco a princípio zombou. Quando, porém, sua pilhagem começou a falhar, e se viu na impossibilidade de obter víveres em toda a península, devido àquela muralha, numa noite bastante áspera, de neve espessa e vento impetuoso, ele mandou encher de terra, pedras e galhos de árvores um trecho não muito extenso da trincheira, por onde fez passar um terço do seu exército.
A princípio, Crasso receou que Espártaco tomasse a resolução de seguir para Roma. Logo, porém, tranquilizou-se, pois soube haver sério desentendimento, entre eles, e que uma grande tropa, amotinada contra Espártaco, separara-se dele e fora acampar junto a um lago da Lucânia, cuja água de tempos a tempos torna-se doce, e a seguir tão salgada que não pode ser bebida. Tendo-os atacado, Crasso expulsou-os dali, mas não conseguiu matar grande número, nem afastá-los para muito longe, porque Espártaco apareceu de repente com seu exército, e fez cessar a perseguição.
Crasso, que havia escrito ao senado ser necessário chamar Lúculo da Trácia e Pompeu da Hispânia, arrependido de havê-lo feito, esforçava-se o mais possível de dar fim a esta guerra antes que eles chegassem, por saber que atribuiriam toda a glória da sua conclusão ao recém-chegado que lhe fosse em auxílio, e não a ele. Por isso ele resolveu primeiramente atacar os que se haviam revoltado e entrincheirado à parte, às ordens dos capitães Caio Canício e Casto. Para tal, fez seguir seis mil soldados de infantaria, para assenhorear-se de uma eminência, ordenando-lhes que tudo fizessem para não serem vistos nem descobertos pelos inimigos. O que eles procuraram realizar o melhor possível, cobrindo seus morriões e elmos. Não obstante, eles foram percebidos por duas mulheres que às escondidas faziam sacrifícios em favor dos inimigos, e estiveram em risco de ficar todos perdidos. Crasso, porém, socorreu-os a tempo, dando aos inimigos o combate mais áspero de quantos se realizaram naquela guerra. Na luta, pereceram doze mil e trezentos homens, lutando valorosamente frente a frente.
Depois desta derrota, Espártaco retirou-se para as montanhas de Petélia, perseguido e escaramuçado sem trégua, pela retaguarda, por Quinto, um dos tenentes de Crasso, e seu tesoureiro Escroía. No fim do dia, porém, tudo mudou de repente, e Espártaco derrotou os romanos, sendo o tesoureiro gravemente ferido e salvo a custo. Esta vantagem obtida sobre os romanos deu origem à ruína final de Espártaco, porque seus guerreiros, quase todos escravos fugitivos, encheram-se de tamanho orgulho e audácia que não quiseram deixar de combater, nem obedeceram mais seu comandante. Pelo contrário, como se achavam a caminho, cercaram-nos e disseram-lhes que, quisessem ou não, era preciso que voltassem depressa e os conduzissem pela Lucânia contra os romanos, que era o que Crasso pedia, pois sabia que Pompeu se aproximava, à que muitos em Roma discutiam e brigavam por sua causa, dizendo que a vitória final desta guerra lhe era devida, e que logo que ele ali chegasse tudo seria decidido com um único combate.
A queda de Espártaco.

O fim de Espártaco

Por isso, procurando combater, e aproximando-se o mais possível dos inimigos, Crasso mandou um dia abrir uma trincheira, que os fugitivos procuraram impedir, carregando furiosamente sobre os que se ocupavam de tal tarefa. A luta tornou-se violenta. E, como, a todo momento, chegassem reforços de parte a parte, Espártaco viu-se obrigado a lançar mão de todos os recursos. Sendo-lhe levado o cavalo em que devia combater, ele desembainhou a espada, e, matando-o à vista de todos, disse:
Cquote1.svg Se eu for vencido neste combate, ele de nada me servirá. E, se eu for vitorioso, muitos deles, belíssimos e excelentes, terei dos inimigos à minha disposição. Cquote2.svg
Isto feito, lançou-se através da pressão dos romanos, procurando aproximar-se de Crasso, sem o conseguir, e matou dois centuriões romanos que o enfrentaram. Por fim todos os que o rodeavam fugiram, e ele permaneceu firme em seu posto, completamente cercado, lutando valentemente, sendo retalhado.
Embora Crasso fosse muito feliz e satisfizesse todos os seus deveres de bom comandante e de homem valente, expondo-se a todos os perigos, não pôde impedir que a honra do termo daquela guerra fosse atribuída a Pompeu, porque os que escaparam deste último combate cairam-lhe às mãos e ele aniquilou-os, escrevendo ao senado que Crasso vencera os fugitivos em combate regular, mas ele destruíra todas as raízes desta guerra! Pompeu teve assim entrada triunfal em Roma, por haver vencido Sertório e reconquistado a Hispânia. A Crasso foi-lhe concedida uma ovação após a sua vitória. Não recebeu um triunfo por ter sido ganha contra escravos, mas o senado permitu-lhe portar a coroa de loureiro em vez da de mirto, considerando a importância desta vitória.
Crasso puniu os que sobreviveram à sua investida contra Espártaco, mandando crucificar 6000 revoltosos ao longo da Via Ápia (de Cápua até Roma).

 




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